Campinas perdeu um brilhante acadêmico com o falecimento do professor Marcelo Gradella Villalva, aos 45 anos. Conhecido por seu trabalho na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp, Villalva foi o criador do Laboratório de Energia e Sistemas Fotovoltaicos (Lesf) da universidade, onde se destacou na área de energia e tecnologia fotovoltaica.
Sua influência na academia era notável, especialmente por ministrar um popular "curso-estrela" sobre tecnologia fotovoltaica que atraía alunos de todo o país. Além disso, ele estava à frente de um grande convênio com uma empresa multinacional de energia, no valor de R$ 22,9 milhões, abrangendo seis projetos, incluindo a construção de uma usina de geração de energia elétrica por placas fotovoltaicas e reformas em laboratórios de pesquisa. Essa parceria também envolvia a contratação de bolsistas de doutorado, pós-doutorado e iniciação científica, com a colaboração de 14 outros professores e pesquisadores.
Sua carreira era promissora, e seu trabalho resultou em uma grande produção acadêmica, com 160 trabalhos científicos publicados ou apresentados em periódicos, conferências e capítulos de livros. Além disso, ele captou cerca de R$ 40 milhões em recursos para a Unicamp e orientou diversas pesquisas de mestrado e doutorado. Villalva coordenou projetos importantes com empresas privadas e despendeu nove anos em atividades administrativas na universidade.
Mais do que um acadêmico excepcional, Villalva era reconhecido por sua atuação social forte e seu envolvimento com os alunos, que o viam como um orientador dedicado e inspirador. Sua morte deixará uma lacuna na universidade e entre aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo e trabalhar com ele.
Sua memória e legado continuarão vivos através do impacto que causou na área de energia, na formação de alunos e na sociedade como um todo. Ele deixa uma esposa e quatro filhos, e sua partida será profundamente sentida por todos que tiveram a honra de cruzar seu caminho.
Foto: Antonio Scarpinetti